Os dados do Monitor das Doações COVID 19, criado pela ABCR – Associação Brasileira dos Captadores de Recursos para acompanhar o movimento de solidariedade que surgiu com a pandemia do novo coronavírus, em março deste ano, ultrapassou os 6 bilhões de reais, um recorde absoluto na história recente de doações para emergências no país.
A área de saude foi, disparada, a que mais recebeu dinheiro, 78 % do total seguida pela área de assistência social, 17% e educação com 5%.
Além disso, os novos dados levantadas pela ABCR em parceria com a SITAWI e apoio do GIFE e do FJLES, mostram que 58% das doações foram feitas diretamente para pessoas jurídicas, 24% para instituições e fundações e 10% diretamente para pessoas físicas.
Do total doado, 56% foi em dinheiro, 35% foram produtos diversos doados, de máscara a cestas básica e equipamento hospital entre outros, e em terceiro lugar está a doação de serviços.
E não é apenas o total em dinheiro que chama a atenção. Em 4 meses, foram contabilizados mais de 460 mil doadores. As campanhas de doação foram, até agora, 511 e já foram realizadas mais de 120 lives solidárias.
“É uma mobilização geral, que envolve toda a sociedade civil em movimento inédito e por uma única causa, ajudar no combate ao COVID, seja doando para promover pesquisas, comprar equipamentos médicos, cestas básicas para as famílias mais vulneráveis, construir hospitais, distribuir máscaras e por aí vai”, explica o diretor-executivo da ABCR, João Paulo Vergueiro.
O maior montante doado veio das empresas, que contribuíram com R$ 4 bilhões e 800 milhões de reais, ou 82% do total e entre as empresas, o setor financeiro foi o protagonista.
Em seguida vieram as lives solidárias e campanhas com 8%, indivíduos e famílias com 4%, fundações, institutos e fundos patrimoniais também com 4%.
O restante se dividiu entre fundações, fundos filantrópicos e Institutos, administração pública, sindicatos, cooperativas e igrejas.
Para Leonardo Letelier, CEO e fundador, SITAWI Finanças do Bem, os R$6 bilhões são uma grande marco; “Há doações por vários canais, desde diretas à pessoas ou ONGs até passando por mecanismos mais sofisticados como fundos filantrópicos. A sociedade demonstrou sua solidariedade neste momento de crise e, mais importante, se tivermos sorte, isso vai deixar como legado uma filantropia um pouco mais organizada e recorrente.”
O maior volume de doações aconteceu até o final de maio, quando a curva foi acentuada para cima. Agora é o momento de estabilidade e de pensar na solidariedade permanente.
“Não apenas os efeitos da crise gerada pela COVID ainda devem continuar por mais tempo, como temos um país continental, cuja população vulnerável e os problemas estruturais ainda são imensos e precisam do olhar atento de toda a sociedade civil e do próprio governo”, alerta a presidente da ABCR, Márcia Woods.
Monitor da Doações
O Monitor das Doações COVID 19 foi criado em março de 2020 pela Associação Brasileira dos Captadores de Recursos, como parte da atuação da instituição no Movimento por uma Cultura de Doação, para acompanhar e mapear as doações feitas em prol do combate à pandemia. É atualizado diariamente com dados públicos, coletados diretamente na internet ou que são enviados para pelos doadores. Nenhuma doação é somando se não tiver sido anunciada publicamente – os links são divulgados para conferência. Todos os números referentes aos doadores, campanhas e lives são checados para que não haja duplicidade.
O objetivo do Monitor é consolidar e conhecedor os números de doações, promovê-las e inspirar ainda mais doações.