O Encontros da Doação, projeto itinerante do Dia de Doar, já visitou diversas cidades do Nordeste para inspirar e dialogar com lideranças locais sobre campanhas comunitárias, mobilizando pessoas a praticarem atos de generosidade e a disseminar a cultura de doação. O objetivo do projeto é apresentar a campanha para organizações que desejam se aproximar do movimento, além de ferramentas complementares disponibilizadas pelo site do Dia de Doar neste ano.
Em Aracaju (SE), o Encontros da Doação reuniu todas as instituições que já participaram da campanha #DoaSergipe para conversar sobre as ações planejadas para a data. Uma das ideias expostas foi a realização de um show beneficente com artistas para apresentar as instituições regionais ao público.
“Ouvimos muitos relatos de pessoas que participaram da reunião e falaram sobre o quanto aquele encontro é importante para que elas possam se ver parte desse processo. Ouvimos cada uma das instituições e tivemos essa troca de experiências, possibilidades do Dia de Doar para o coletivo e conseguimos dar espaço de fala para essas instituições dizerem o que esperam e como se veem dentro desse coletivo. Elas definiram metas, como a de ganhar o edital e 25 mil reais, valor que receberemos de anúncio de crédito do Facebook. Além disso, farão o Dia de Doar, o Doa Sergipe, o Doa Sergipe Kids e o Doa Sergipe Pets. As organizações também querem engajar os empresários da cidade e fazer um grande movimento de captação face to face [realizada pessoalmente] com instituições em diferentes locais”, relata Carolina Farias, líder do Dia de Doar.
Já em Maceió (AL), a programação do encontro abordou contabilidade, questões jurídicas e gestão do Terceiro Setor em uma plateia de cerca de 80 pessoas no auditório do SEBRAE. O evento despertou o interesse de várias pessoas que querem fazer parte da mobilização por um país mais solidário. Muitas instituições ficaram encantadas com a possibilidade de participar de uma campanha comunitária e conversaram sobre possíveis ações para o Dia de Doar. Em seguida, o projeto foi a Glória do Goitá, município no sertão do Pernambuco. O local já desenvolveu campanhas para o Dia de Doar, mas, desta vez, planeja uma campanha comunitária diferente das anteriores.
Neste ano, todas as instituições da cidade participaram do encontro. Além disso, empresários e representantes de um grupo de costureiras artesãs e do Museu do Mamulengo (fantoche tradicional no nordeste, especialmente em Pernambuco), principal ponto cultural da região que apresenta diferentes peças do teatro de bonecos e oficina de mamulengos. Após as apresentações sobre os grupos e as expectativas para o Dia de Doar, surgiram várias ideias de ações para a data.
Uma delas foi a de difundir o movimento para outros distritos da região e utilizá-lo para aumentar a visibilidade de 500 costureiras artesãs. “Os encontros não trazem somente a oportunidade de as pessoas participarem do Dia de Doar, mas também de trocarem experiências entre si e falarem sobre possibilidades. O Museu do Mamulengo e o movimento das costureiras irão desenvolver algumas atividades em conjunto que beneficiarão essas mulheres”, destaca Carolina.
Empresários da região também manifestaram interesse em participar do Dia de Doar e a campanha comunitária da cidade visa engajar o setor público nas atividades deste ano. Em Natal (RN), a líder do Dia de Doar se reuniu com a Liga Contra o Câncer de Natal, com Vilma Oliveira, associada da ABCR, para incentivar uma campanha temática. Depois foi a vez de mobilizar a cidade de Salvador (BA), onde há uma campanha comunitária sendo fomentada desde 2021.
Na cidade, a equipe do Dia de Doar conheceu o Coletivo Resistência Preta, que tem ligação com mais de 50 lideranças regionais e aderência em 140 dos 170 bairros da cidade. O Coletivo é uma ferramenta na luta antirracista e atua para aumentar a visibilidade de pessoas negras.
O Coletivo se prontificou a liderar o Movimento do Dia de Doar durante o encontro, que ocorreu no Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia e marcou o lançamento da campanha #DoaSalvador. O espaço continha representantes de várias causas distintas como cultura, saúde e educação, além do Hospital Obras da Irmã Dulce, do setor empresarial e de outros coletivos.
O encontro também teve o apoio do Instituto Mandarina, que distribuiu 50 camisetas do Dia de Doar para as lideranças. Neila Larangeiras, do Instituto Mandarina, expôs seu olhar empresarial e falou como as empresas podem se engajar no movimento. Havia representantes de marisqueiros, pessoas que moram em vilas de pescadores, que e buscam alternativas de sobrevivência.
O evento foi essencial para o Núcleo Acolhedor das Crianças Autistas (NACA Autismo), que poderá contar com a infraestrutura oferecida pelo Instituto Mandarina para promover o Dia das Crianças. Além disso, o Instituto IMMEL fará a regulamentação da NACA para que a organização possa se oficializar e obter novos acessos à captação de recursos.
“Esses encontros e trocas entre lideranças possibilitam que a gente tenha oportunidades de apoio mútuo entre os presentes. O Coletivo Resistência Preta é muito respeitado por todas as instituições devido à sua dedicação para transformar as comunidades na cidade. Eles arrecadaram 80 toneladas de alimentos que foram distribuídos na pandemia para esses territórios e todas as instituições presentes tem um carinho muito grande por essa iniciativa que eles desenvolveram. Salvador foi muito significativo, tivemos uma replicação da foto do evento pelo Giving Tuesday”, finaliza Carolina.