No momento, você está visualizando Sua entidade é uma em 290 mil. Como se destacar nesse universo?
Red pencil standing out from crowd of plenty identical black fellows on white table. Leadership uniqueness independence initiative strategy dissent think different business success concept

Sua entidade é uma em 290 mil. Como se destacar nesse universo?

Precisamos falar sobre branding.

Tem gente no terceiro setor que ainda torce o nariz quando ouve falar em “marca” – mais ainda quando o conceito vem embalado no estrangeirismo “branding”. Não é por acaso, porém, que essas palavras têm se tornado comuns no ramo. Elas são importantes para qualquer organização que queira se destacar no universo de instituições sociais brasileiras – são mais de 290 mil, indica a última pesquisa do IBGE sobre a área.

O branding – o trabalho de fortalecimento de uma marca – envolve construir um discurso único, uma “narrativa” única, para usar um termo da moda. O pressuposto é que se deve falar com uma só voz (logotipia, registro de linguagem, postura, valores) nos diferentes momentos em que as pessoas têm contato com a marca, como explica Marina Pechlivanis, fundadora da agência Umbigo do Mundo, que desenvolveu campanhas como a do Dia de Doar. Na TV, em revistas, no contato com possíveis doadores, o tom deve estar integrado, para gerar relevância.

É o que faz a organização internacional Médico sem Fronteiras (MsF), que basicamente vive de doações de pessoas físicas no Brasil – foram 320 mil doadores individuais no país em 2015, apesar de a ONG não contar com projetos por aqui.

Em todas as suas comunicações, a entidade solicita explicitamente apoio do leitor ou ouvinte. É o que no jargão se chama de “call do action”: pedir dinheiro de modo direto, no estilo “doe agora”. O pedido é baseado em cenas da MsF em ação, o que ajuda a mostrar o que ela é e como trabalha.

“Apesar de o objetivo das campanhas ser a arrecadação de receita, elas têm por consequência a divulgação da marca. Quanto mais campanhas de captação fizermos, mais as pessoas vão entender o que fazemos. De 2014 para 2015, nossa arrecadação cresceu mais de 40%”, ressalta a diretora de captação de recursos da organização, Flavia Tenenbaum.

Se para organizações já estabelecidas o branding é importante, imagine para uma instituição que planeja entrar num país onde há um ex-escritório seu com quase o mesmo nome? É o caso da Transparência Internacional (TI), que está voltando ao Brasil e terá de disputar espaço com a Transparência Brasil, que um dia foi seu capítulo nacional, mas desligou-se do grupo em 2007.

“Nós estamos estudando como trabalhar a marca, e temos uma preocupação com o fato de já existir uma Transparência Brasil, cujo trabalho é importante, mas que é diferente de nós”, diz Fabiano Angélico, consultor da TI no Brasil.

A entidade tem procurado agências com as quais firmar parcerias para fazer um branding de baixo custo, mas impactante. “A campanha é ação primordial para marcar nosso retorno e nos ajudar a garantir a sustentabilidade financeira local, captando recursos”, afirma Angélico.