Aumentar a conscientização sobre uma causa ou organização de maneira mais aprofundada pode parecer um desafio para muitas OSCs, mas esta é uma das principais vantagens de um blog. Ao contrário das redes sociais, que são mais sucintas, os blogs permitem um conteúdo mais sofisticado e são mais econômicos em comparação a outras estratégias de marketing digital.
Quando bem planejados e escritos, esses espaços podem ajudar as organizações a se destacar em mecanismos de busca na internet, atrair potenciais doadores e fortalecer a relação com as pessoas que contribuem regularmente com as instituições. Ao apresentar conteúdos relevantes sobre a missão e posicionamento das entidades, os blogs também aumentam sua credibilidade e podem torná-las referências em suas áreas de atuação.
Esses benefícios só irão ocorrer se a organização tiver uma estrutura mínima para manter um blog, o que nem sempre é possível em se tratando de entidades que sobrevivem em condições de sobrecarga de trabalho e com outras prioridades.
A boa notícia é que a questão técnica associada à criação e manutenção de um blog é hoje mais simples do que nunca. Com o avanço da tecnologia, surgiram várias plataformas e ferramentas especializadas, como WordPress e Wix, que simplificam todo o processo. São plataformas de blogs gratuitas ou de baixo custo, oferecendo designs personalizáveis, recursos de gerenciamento de conteúdo e integração com mídias sociais.
Caso a organização decida criar um blog, deve ficar atenta para não cometer os principais erros: atualizá-lo de maneira irregular e abandoná-lo. Isso transmite uma impressão de desleixo e falta de seriedade, afetando negativamente sua imagem.
O blog não pode ser feito de maneira improvisada ou escrito com qualquer linguagem. Antes de colocá-lo em prática, a organização precisa ter em mente qual é o objetivo principal do blog e estruturá-lo de acordo com suas diretrizes, definindo a audiência, qual será a frequência, quais conteúdos serão ou não abordados e como o espaço irá complementar outras estratégias digitais.
O ideal é que existam pessoas dedicadas ao blog. Se houver recursos disponíveis, a entidade pode contratar uma agência de comunicação especializada. A linguagem deve ser assertiva e acessível, o que significa também considerar que nem sempre o leitor estará familiarizado com um assunto ou algum conceito específico. Não é recomendável que um blog seja escrito em um tom informal que, muitas vezes, é comum em redes sociais, pois as duas ferramentas possuem linguagens características.
O conteúdo é o principal pilar de um blog e exige antecedência e preparação para ter uma boa qualidade e também em casos de eventuais imprevistos. Os temas precisam estar alinhados com a área de atuação e as diretrizes de cada organização. Não faz sentido uma instituição de saúde fazer textos sobre esporte exceto se aquilo se relaciona com seu trabalho de alguma maneira.
Os tópicos precisam ser relevantes e despertar o interesse do público. Há muitos caminhos que podem ser explorados pelo Terceiro Setor como as atividades desenvolvidas pela organização, capacitações, efemérides relacionadas a cada entidade, participação em eventos, premiações, impacto, voluntariado, programa de apadrinhamento (caso exista) e beneficiários.
Os blogs demandam várias atividades como pesquisa, entrevistas, redação, edição e seleção de imagens. Todas essas etapas requerem tempo e cuidado e as organizações precisam definir os temas com cautela e antecedência. Por exemplo: ao final de cada mês, a equipe pode se reunir para planejar as postagens do mês seguinte e definir uma postagem a cada semana ou quinzena, mostrando consistência para os leitores.
Frequentemente, os textos necessitam de fundamentação teórica como pesquisas internas ou externas sobre determinado assunto e/ou entrevistas com especialistas,membros da equipe, colaboradores, voluntários ou beneficiários, o que depende da disponibilidade das pessoas envolvidas. Quando o conteúdo é produzido antecipadamente, há mais chances de sucesso e de ter um plano B, caso seja necessário.
Desde os primórdios da comunicação humana, as pessoas contam histórias. Narrativas envolventes e com bons personagens potencializam o alcance do Terceiro Setor, pois as pessoas se sentem mais próximas do trabalho e conseguem visualizar melhor seu resultado.
Ao contrário das estatísticas, as histórias trazem um senso de humanização e ajudam a gerar empatia, o que é fundamental para fidelizar doadores e conseguir novas doações.
Textos escritos em blogs são muito eficazes para contar ótimas histórias de impacto social que não se encaixam em outras redes em decorrência da falta de espaço ou de possuírem dinâmicas diferentes.
As postagens devem ser acompanhadas por fotos que estejam de acordo com o conteúdo e a política editorial. Se o texto abordar a participação da organização em um evento ou a realização de alguma atividade, é bom acrescentar um registro fotográfico disso. Os bancos de imagem também oferecem muitas opções que podem ajudar muitas organizações, mas é interessante (se for possível) que cada instituição crie seu próprio banco e o atualize com registros originais produzidos internamente que podem ser acessados ao longo do tempo.
Não adianta ter um blog excelente se seus doadores não souberem que ele existe. Mais do que manter a página hospedada dentro do site, é preciso promover os conteúdos elaborados pela instituição. Esse processo pode ser feito de muitas maneiras, como nas redes sociais, materiais impressos, em uma newsletter e em assinaturas de e-mail.
Texto publicado pela Captamos, editoria da ABCR de conteúdos aprofundados sobre mobilização de recursos para causas