á há alguns anos presente nas rodas de conversas dos profissionais de marketing, comunicação e captação de recursos, o storytelling ainda continua em alta.
Durante o Festival ABCR deste ano, pude assistir a sessão conduzida pela empresa Social Docs. Além de dar algumas dicas – que vou dividir com vocês aqui – eles apresentaram o vídeo que criaram para o Instituto Arredondar, “O colecionador de histórias”.
Foi produzido para sensibilizar os caixas das empresas parceiras do Instituto Arredondar, que tem o papel fundamental de abordar os seus clientes para doarem seus centavos, arredondando o valor da sua compra. Por favor, assista o vídeo e depois continue o texto.
Assistiu? Poderoso, emocionante e cativante, não é? Por isso devemos olhar com mais cuidado o que storytelling tem a oferecer. É caro fazer um vídeo assim? Sim, principalmente para muitas organizações com orçamentos pequenos. Mas não é a única forma de usar o storytelling. É difícil? Um pouco, tem técnica e combina habilidades de marketing com narrativa. E podemos tirar alguns aprendizados dessa ferramenta para revisitarmos e melhorarmos a forma que estamos apresentando nossas causas e o trabalho das nossas organizações.
Storytelling: a capacidade de contar uma estória relevante
A proposta storytelling é fácil de entender, que é contar uma estória para transmitir a mensagem que deseja passar: seja apresentar sua organização, sua campanha de captação de recursos ou os resultados de uma avaliação do seu programa social. O desafio está na técnica de como fazê-lo bem.
Segundo os profissionais da Social Docs, que se apresentaram no Festival ABCR, alguns elementos são indispensáveis para a construção de uma boa estória: o personagem principal, uma situação de conflito (o desafio a ser superado), o universo (contexto), trama (o que faz para superar o conflito), e a mensagem. Esses elementos devem ser trabalhados na narrativa de uma forma crível, ou seja, autentica que gere empatia. E assim chegar na conexão para trazer as pessoas a ação.
Também usado por empresas – quem não se lembra da campanha da Vivo para o dia dos namorados com um clipe de “Eduardo e Monica”:
Na minha opinião, o storytelling cai como uma luva para a comunicação de organizações e causas. E ao utilizar o storytelling, podemos fugir de algumas armadilhas e erros comuns cometidos nas ações materiais de comunicação e captação.
Como vimos no vídeo acima, o protagonista é um “beneficiário” e a trama se desenrola com a evidência de como a organização ajudou o beneficiário a se desenvolver. É a causa na veia. Demonstra ali o impacto de que tanto perseguimos. Foge daquela coisa de ficarmos falando só da organização, o que normalmente falha em conectar emocionalmente com as pessoas.
Outro aspecto é a linguagem. Não é técnica, cheia de jargões do terceiro setor que só nós entendemos, e nem tão dramática, que vai deixar a pessoa que está assistindo ou lendo o texto deprimida ou pensar que é ficção. É normal, realista, sensível, dá para acreditar e ter empatia.
O storytelling pode ser usados de outras formas além do audiovisual: em um texto para um boletim eletrônico, em uma mala direta de captação de recursos ou campanha de advocacy.
Deixo aqui dois links de interessantes sobre o assunto: