Neste artigo serão analisadas as fontes, estratégias, táticas e ferramentas utilizadas pelas Organizações da Sociedade Civil – OSCs para obter os recursos de diferentes fontes. Com a revisão destes conceitos, definições e análise da origem destas palavras, espera-se facilitar o entendimento do tema e aprimorar a captação e a mobilização de recursos.
Fontes de recursos podem ser entendidas de forma diferente, dependendo da área e do contexto utilizado. Resume-se na procura de locais, organizações ou pessoas que possam aportar recursos a um empreendimento. Uma empresa que queira iniciar ou ampliar seu negócio irá pensar em bancos, sócios, venda de ações, BNDES (Governo), etc. O próprio Governo, em seu orçamento, chama de fontes de recursos a classificação da receita segundo a destinação legal dos recursos arrecadados. Na área social, são as organizações públicas ou privadas mais as pessoas que irão aportar os recursos para as OSCs
A palavra “estratégia” vem do grego antigo strategos (de stratos, “exército”, e ago, “liderança” ou “comando”), tendo significado inicialmente “a arte do general”, designando o comandante militar na antiga democracia ateniense.
Atualmente, estratégia é uma das palavras mais utilizadas na vida empresarial e encontrada abundantemente na literatura especializada. À primeira vista, parece tratar-se de um conceito consolidado, de sentido universal, consensual e único, contudo não é o que ocorre.
Segundo o dicionário Aurélio, estratégia é a arte de explorar condições e caminhos favoráveis com o fim de alcançar objetivos. Mintzberg a sintetiza como sendo uma forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório, com base em um procedimento formalizado e articulador de resultados. Estes dois conceitos mais simples serão utilizados ao longo destes artigos.
Tática, também oriunda do grego taktike ou techne, a arte de manobrar (tropa), é qualquer elemento componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir a meta desejada num empreendimento qualquer. Enquanto a estratégia busca a visão “macro”, de conjunto ou, por assim dizer, sistêmica, relativa ao empreendimento, a tática se ocupa da visão “micro”, no sentido elementar ou particular em relação ao todo. Conforme a perspectiva de um líder, o que parece ser uma tática para um gerente pode ser uma estratégia para um diretor. Por este motivo, algumas estratégias de mobilização de recursos podem ser entendidas como táticas e vice e versa, o que não invalida a análise que segue.
Ferramenta é um utensílio, dispositivo ou mecanismo físico ou intelectual utilizado por trabalhadores das mais diversas áreas para realizar alguma tarefa. Inicialmente, o termo era utilizado para designar objetos de ferro ou outro material para fins doméstico ou industrial. Em função do exposto, uma ferramenta pode ser definida como um dispositivo que forneça uma vantagem mecânica ou mental para facilitar a realização de tarefas diversas.
Intimamente relacionadas, ferramenta, tática e estratégia se complementam, sendo tática o plano de curto prazo e estratégia, o de longo prazo, que possibilita o processo de mobilização. Numa comparação mais simples, tática e ferramenta seriam o ‘como’ realizar determinada função, em oposição à estratégia, mais próxima de ‘o que’ se deve realizar, as decisões a serem tomadas.
Segundo Cruz; Estraviz (2000, p. 86), existem sete fontes financiadoras de recursos para o OSC esplanadas no quadro baseado no modelo de Carol Daugherty e Linda Kendrix:
A divisão de fontes de recursos proposta acima, apesar de ser um bom ponto de partida, pode confundir o gestor e o captador das OSCs e ser analisada sob um enfoque diferente. Geração de renda e eventos especiais, por exemplo, podem ser consideradas estratégias de mobilização e não fontes, como será mostrado no próximo artigo. Dada esta diferença de enfoque, propõe-se uma divisão quanto às fontes, a partir dos mesmos autores.
Desse modo, sugiro para facilitar o entendimento, uma nova divisão em quatro tipos de fontes de recursos: