Em um mundo apinhado de redes sociais, que papel na captação poderia ter o SMS, cuja criação remonta aos primórdios da telefonia móvel? Um mais apressado talvez respondesse que se trata de uma ferramenta ultrapassada, mas a realidade sinaliza justamente o contrário. O sistema de mensagens continua a ser um importante apoio para ações de mobilização de recursos. E há um detalhe que faz toda a diferença.
“O SMS tem uma questão difícil de bater: a taxa de visualização é muito grande. Ninguém recebe um e pelo menos não dá uma checada na mensagem para ver o que é”, diz Eduardo Massa, diretor de costumer experience na Trackmob, empresa de soluções tecnológicas para o terceiro setor.
Essa alta visualização é ainda mais importante diante de um dado apresentado por Massa: “Hoje o celular é o meio mais utilizado pelos brasileiros para acessar a internet”.
Mesmo com essa vantagem, algumas questões, no entanto, dificultam a adoção do SMS como principal ferramenta de captação. “O ponto negativo é a limitação de caracteres e informações. Por esse motivo, pode não funcionar da mesma forma que outras mídias”, aponta. Não por acaso, SMS é a sigla para Short Message Service (sistema de mensagens curta, em tradução livre).
O representante da Trackmob ainda levanta outra questão: “Ao contrário de países como os Estados Unidos, no Brasil costumamos utilizar mais redes sociais do que SMS pelo fato de que, durante muito tempo, este último teve custos significativos para uso no dia-a-dia”.
Apoio importante
Mas por que o SMS é fundamental no apoio a outros métodos de captação? A ferramenta tem várias utilidades, como estabelecer conversas com doadores que já estão na base, algo importantíssimo, considerando que é mais barato manter pessoas doando do que conseguir atrair novas.
“É muito funcional também em campanhas interativas. Você pode pedir por meio de outros canais para que seu prospectparticipe mandando alguma mensagem para um número preestabelecido. Nesse momento, é possível interagir várias vezes e proporcionar uma experiência interessante. Serve também para enriquecimento de base”, ressalta Massa, exemplificando: “Um caso comum são as campanhas de TV. Algumas pedem que o doador envie uma palavra para um número encurtado. O SMS tem papel importante, pois facilita muito a interação da pessoa na hora que está sendo impactada, gerando assim uma experiência de doação mais dinâmica”.
Outro recurso importante que a ferramenta possibilita é a medição do sucesso de uma campanha. Ao personalizar, em cada ação, as palavras que as pessoas têm de enviar via SMS, é possível verificar as que obtém mais respostas.
Uma vez na base, o sistema também é muito eficiente para manter conversas rápidas com as pessoas. “Pode fazer mensagens transacionais, baseadas em outros tipos de interação do doador com sua ONG, como na hora do pagamento com sucesso, aniversário de doação, assinatura de newsletter. Nesse momento, você pode tentar engajar uma doação recorrente ou um aumento no valor.”
E se você ainda tem dúvidas sobre apostar ou não na ferramenta, o representante da Trackmob dá uma dica de ouro: “Por causa da popularização do WhatsApp, as operadoras estão diminuindo os custos de pacotes de SMS para quem envia muitas mensagens”.