Recentemente, como parte do processo de produzir o primeiro fascículo da Coleção Mobiliza, fizemos um grande mergulho para discutir quais são os desafios das organizações da sociedade civil do século XXI. Conversamos com uma série de especialistas, pesquisadores e empreendedores sociais.
Em resumo, chegamos a 5 qualidades dessas organizações que, em nossa visão, indicam o futuro:
1. IDENTIDADE: Atuam com causas relevantes, têm genuína ligação com as agendas adotadas e estão atentas a temas emergentes. Temáticas como mudanças climáticas, mobilidade urbana, controle social, participação política, gênero, refugiados estão na pauta dessas organizações.
2. VALORES E PESSOAS: Possuem valores claros, que inspiram atitudes, mobilizam pessoas e provocam ações transformadoras. Os valores defendidos pela organização são vividos pelas pessoas que conduzem a organização.
3. GOVERNANÇA E PROCESSOS: São flexíveis, inovadoras e menos hierárquicas. A tecnologia e a comunicação estão na essência de sua estratégia. São simples, usam as redes sociais e a tecnologia como instrumento para ampliar seu impacto social.
4. FINANCIAMENTO: Têm modelos de financiamento alinhados ao seu propósito. Procuram relações de troca e retroalimentação. Pode ser um negócio social ou uma organização que baseia seu modelo de financiamento em doações – o importante é que o modelo seja sustentável e, se possível, capaz de ampliar paulatinamente sua escala e, ao mesmo tempo, ser capaz de entregar o impacto desejado para o público que mais necessita.
5. RELACIONAMENTOS: Entendem-se como parte de um ecossistema de impacto coletivo. Sabem se relacionar e construir uma forte rede de apoiadores. São organizações que trabalham juntas, compartilham recursos, participam de redes, são organizações “esponja” (no sentido de se deixarem influenciar pelo sistema que participam), não organizações “fortaleza” (que se fecham em seu próprio mundo).