Mas como tornar o conselho de sua instituição efetivo de fato? Alvarez dá o caminho. Confira o passo a passo traçado pelo especialista.
“Conheça o terreno”
Antes de pensar em ter um conselho, é preciso compreender o que ele faz. “Este é um órgão que não atua no dia-a-dia da organização, mas que ajuda a definir as estratégias de médio e longo prazo que serão implementadas nela”, explica Alvarez.
Para mais detalhes, o consultor recomenda a leitura de um documento da BoardSource, organização norte-americana de incentivo à governança no terceiro setor, sobre as 10 responsabilidades dos conselhos.
Defina o número de integrantes
“O conselho não pode ser muito pequeno, pois nem todos participam sempre das reuniões, e nem tão grande que seja impossível de reunir”, afirma Alvarez. Para ele, um número razoável gira em torno de cinco a sete integrantes.
“Escale” o time corretamente
Os conselheiros precisam de três Ts: time (tempo), treasure (dinheiro) e talent (talento, habilidade), segundo o sócio-fundador da Mobiliza, que novamente usa como referência os norte-americanos. “O ideal é mesclar pessoas que tenham, ao menos, dois desses fatores em abundância.”
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa publicou um manual para o terceiro setor no qual aborda, entre outros temas, o xadrez da escolha de conselheiros. Para quem deseja mergulhar no assunto, é uma ótima leitura.
Aposte na mistura
Se a organização trabalha com algum tema muito técnico como saúde ou mudanças climáticas, é importante contar ao menos uma pessoa que entenda bem desses assuntos. “Pode ter também um publicitário que ajude na comunicação, alguém que tenha uma voz pública ou uma pessoa que compreenda de estratégia, por exemplo”, complementa Alvarez, para quem o conselho deve reunir uma mistura de habilidades.
Não deixe diverso se tornar adverso
De que adianta ter perfis diferentes se os participantes não conseguem trabalhar juntos? “O conselho precisa de harmonia. Os escolhidos têm de conversar entre si.”
Evite contradições
Fique longe de pessoas que possam representar algum conflito de interesse com sua organização. “Um hospital não pode ter, por exemplo, um conselheiro que venda equipamentos hospitalares”, alerta o sócio-fundador da Mobiliza.