Os bazares da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), por exemplo, foram criados originalmente para fornecer aos familiares dos pacientes opções baratas de produtos, mas hoje são abertos ao público em geral.
Atualmente, representam quase 1/6 do orçamento anual captado, que gira em torno de R$ 65 milhões por ano. “Nós trabalhamos tanto com itens usados doados quanto com peças que apresentam pequenos defeitos. Estas últimas são entregues por grandes marcas, como a Riachuelo, e vendidas com 50% de desconto”, diz Angelo Franzão, superintendente de captação de recursos e marketing da AACD.
Apesar de também recorrer aos bazares como fonte de recursos, Isa Dias Degaspari, gerente de desenvolvimento institucional da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae-SP), ressalta que a organização sempre foi conhecida pelos grandes eventos, que, em 2015, responderam por quase 15% do total captado.
“Estamos arrecadando roupas de atletas olímpicos para fazer um leilão virtual. Em anos anteriores, chegamos a ter leilões de vinhos”, comenta.
Transparência
Se leiloar vinhos parece algo completamente fora do escopo de uma organização da sociedade civil, o advogado Danilo Tiisel, fundador da Social Profit — consultoria que promove o desenvolvimento de instituições sem fins lucrativos e negócios de impacto social —, defende que o importante mesmo é a transparência em relação ao uso da verba captada, e que esta seja aplicada na causa.
Ele reforça a necessidade de as OSCs diversificarem as fontes de financiamento, sobretudo, em um cenário onde há “cada vez mais organizações no mercado, disputando recursos progressivamente menores”.
Ainda sobre a geração de renda por métodos alternativos, Tiisel aponta outra vantagem: “Como são recursos desvinculados de um projeto, eles podem ser usados para o aperfeiçoamento da equipe e para cobrir custos operacionais”.