É essa instância, por exemplo, que toma decisões estratégicas, como a contratação de gestores e a elaboração de um plano de longo prazo para melhor servir ao atendimento da causa da organização. Por esta razão, a escolha dos conselheiros — cuja função é exercida de forma voluntária — é uma etapa de grande relevância.
“Não adianta colocar lá só os amigos do criador da instituição, seus familiares ou pessoas notáveis, mas sem comprometimento com a missão”, afirma Nogueira.
Para o professor, a mistura de perfis é uma boa receita: no conselho deve haver pessoas socialmente notáveis, especialistas na causa e também os beneficiários, para dar voz a quem está sendo atendido.
Os conselhos também contam com presidentes, eleitos ou indicados pelos próprios conselheiros, e exercem um papel fundamental: “São eles os porta-vozes da organização para a sociedade”, destaca o especialista.
Os conselhos são ainda mais importantes nas organizações de menor porte, que contam com poucas pessoas tocando sua atividade-fim. “Nesse caso, o envolvimento com o dia a dia é mais profundo, interferindo nas questões institucionais mais amplas. O conselho ajuda a amadurecer uma entidade iniciante”, explica Nogueira.
As organizações menores também acabam muito associadas a seus fundadores e nisso os conselhos também têm um papel: “Eles são uma ferramenta para garantir a perenidade da instituição ao torná-la menos dependente de seus instituidores”, diz o professor.
E se muitas vezes faíscas surgem entre os objetivos de curto prazo dos gestores e as metas de longo prazo dos conselheiros, para o professor, isso é uma vantagem. “É importante ter uma tensão entre ambos, pois isso ajuda a desenvolver as organizações.”
Mas, afinal, quantas pessoas são necessárias para compor um conselho? Para o professor, “nem tão poucas a ponto de concentrar decisões, nem tantas a ponto de tornar impossível reunir todas para tomar decisões”. Segundo Nogueira, em média, os conselhos costumam ter entre 7 e 11 integrantes.