Em 2016, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) lançou o Mapa das Organizações da Sociedade Civil. A ferramenta, que localiza por georreferenciamento OSCs em todo o Brasil, vem sendo aprimorada e conta com funcionalidades que ajudam as instituições a captar recursos.
“Ela reúne, em um único ambiente e de modo contínuo e detalhado, todas as informações necessárias para que organizações participem de editais e chamadas públicas ou privadas, facilitando o trabalho de gestão”, aponta a pesquisadora Janine Mello, coordenadora do Mapa.
Colaborativa, a plataforma agrega dados de mais de 11 bases públicas — Receita Federal, por exemplo — e tem ainda funciona como mecanismo de transparência, auxiliando no relacionamento com eventuais investidores.
“O mapa disponibiliza informações sobre a participação das OSCs em projetos, suas certificações federais, o ano de criação de cada uma e as áreas em que atuam. Ele serve como referência para gestores públicos e privados que queiram conhecer melhor organizações de um território específico ou envolvidas em determinados temas”, ressalta Janine.
As funcionalidades da ferramenta são especialmente importantes para instituições de menor porte, com gestões mais enxutas, pois “facilitam o trabalho cotidiano das OSC e reduzem significativamente os custos de se produzir e gerenciar dados sobre a atuação dessas organizações”, diz Janine.
Além de servir como uma vitrine para as ONGs, a plataforma oferece um auxílio igualmente relevante: a divulgação de uma lista atualizada de editais públicos e privados — há uma página especialmente destinada a isso.
Quem são as OSCs?
No momento, há cerca de 820 mil organizações mapeadas no Brasil. “Desenvolvimento e defesa de direitos, interesses e religião são as principais finalidades das OSCs em funcionamento no Brasil hoje, representando seis em cada dez organizações em atividade”, destaca a pesquisadora do Ipea.
A presença regional das organizações, segundo a especialista, segue a distribuição da população. “A região Sudeste abriga 40% das organizações, seguida por Nordeste (25%), Sul (19%), Centro-Oeste (8%) e a região Norte (8%).”
Janine, no entanto, aponta duas peculiaridades: “O curioso é que, diferentemente do esperado, não há maior concentração de OSCs nas capitais [onde estão 24% da população brasileira e 22,5% das organizações do país]. Além disso, todos os 5.570 municípios brasileiros possuem, pelo menos, uma instituição, o que é importante para a representatividade do setor”.