Olá. Este é o quarto e último artigo de uma sequência de textos que compartilhei com você para refletir e avançar no entendimento do Censo ABCR 2015, um estudo até então praticamente inédito, elaborado pela ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos.
Neste, que encerra o ciclo, vamos conversar sobre como os captadores desenvolvem o seu conhecimento, e como eles avaliam o atual desenvolvimento da profissão no país.
Uma das perguntas do Censo ABCR 2015 foi qual o meio que o profissional utiliza para se qualificar, para aprender mais sobre a área. O curioso das respostas dos captadores é que o mesmo número disse utilizar tanto os curso como as redes sociais – 84,75%, sendo essas duas as opções mais escolhidas.
Ou seja: eventos formais de treinamento, como os cursos, são tão utilizados como a procura por informação sobre captação de recursos nas mídias sociais. Confira o resultado:
Como é possível verificar pelo quadro acima, outras opções bastante utilizadas pelos profissionais do setor para ampliar seu conhecimento são sites, eventos nacionais (no qual se encontram o
Festival ABCR), e livros.É interessante notar, inclusive, que há poucos livros publicados no Brasil sobre o tema de mobilização de recursos para organizações da sociedade civil. Se, ainda assim, essa opção foi bastante escolhida, é porque essas mesmas poucas publicações têm alcance relevante no país.O Censo ABCR 2015 foi além de perguntar apenas sobre o perfil do profissional de captação, e da sua relação com as organizações, e também quis saber a opinião deles sobre o cenário brasileiro para a captação de recursos.
Somente 18,64% dos captadores acha que o cenário é negativo e que as oportunidades estão diminuindo para todos. Um número expressivo, de 33,90%, entende que o cenário é estável – não há previsão nem de melhora, nem de piora. E 47% dos profissionais acredita que as perspectivas são boas para o setor: há boas oportunidades para todos. De forma geral, um resultado bastante inspirador.
Se por um lado, os captadores entendem que o cenário futuro para a captação de recursos pelas organizações é positivo, qual será a visão deles quando o Censo ABCR pergunta sobre a perspectiva para a própria atuação dos profissionais?Não surpreende, naturalmente, que seja positiva também: quase 70% dos que responderam à pesquisa acreditam que o cenário é positivo para a profissão, e só 10% acredita ser negativo, conforme quadro abaixo.
E a ABCR quis saber também como os captadores avaliam a relação entre eles, a troca de experiência entre aqueles que dedicam o seu tempo e vida a mobilizar recursos para causas.Metade dos que respondeu disse que a relação é insatisfatória, pois há concorrência e pouca troca de informação ente os captadores. Mas, mesmo assim, 45% se disse satisfeito, informando que frequentemente aprende com os colegas da profissão – ou, eventualmente, até ensina seus pares.
E é isso, com essa última tabela concluímos a análise a que me propus a fazer nessa série de quatro artigos sobre o Censo ABCR 2015.Juntos, descobrimos que os captadores são profissionais experientes, com mais de 30 anos de vida e a maioria inclusive contando com alguma pós-graduação. Descobrimos também que eles contam com apoio de várias áreas dentro das suas organizações e que, aliás, a maioria deles é funcionário de uma organização e recebe salário mensal, como qualquer outro trabalhador. E, finalmente, aprendemos que estão satisfeitos com as perspectivas futuras para a profissão, mas que gostariam de que houvesse mais troca e compartilhamento dentre eles.Foram quatro artigos, quatro textos, que juntos trazem uma análise ampla sobre o Censo ABCR e o captador de recursos no Brasil. E o que vem pela frente? Bem, da parte da ABCR, estamos comprometidos a realizar o Censo 2017, atualizando as informações aqui e até ampliando o máximo possível o alcance da iniciativa. Você saberá sobrer a iniciativa, claro, e vamos querer contar com a sua participação!