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Estudo faz retrato da filantropia no Brasil

O Instituto Beja apresentou lançou o estudo “O Futuro da Filantropia no Brasil: Contribuir para a Justiça Social e Ambiental”, que apresenta uma visão geral da filantropia no Brasil com base em entrevistas realizadas com 21 filantropos brasileiros e 21 profissionais do setor, entre setembro e dezembro de 2022.

O estudo constatou que há espaço para o crescimento de doações no país e que a classe média é a mais consciente e empática em relação aos problemas sociais. A divulgação do relatório deu início ao movimento “Filantropando – Oxigenando boas ações”, que busca promover um ambiente de trocas e discussões sobre a filantropia e seu aprimoramento.

O estudo ainda apontou que a forma como as fundações operam no Brasil está mudando, impulsionada por fatores como o impacto da pandemia da Covid-19 e o reconhecimento do valor do fortalecimento da sociedade civil. O relatório também sugere uma reflexão sobre a mudança sistêmica na filantropia, ou seja, entender as causas reais dos problemas sociais para agir de maneira mais eficaz.

Estimativa da doação total no Brasil

A grande maioria dos entrevistados concorda que o nível de filantropia no país é relativamente baixo. De acordo com o GIFE, em 2020, seus 161 membros doaram um total de R$ 5,3 bilhões, o que equivale a cerca de US$ 1 bilhão. No entanto, o estudo do Instituto Beja lembra que o valor total de doações no Brasil pode ser maior maior, pois o GIFE representa apenas uma parcela das organizações filantrópicas no país, principalmente as mais recentes lideradas por famílias ou indivíduos. Além disso, muitas doações no Brasil são informais e não são registradas em números, incluindo apoio em espécie para famílias, comunidades ou trabalhadores. “Se levarmos tudo isso em consideração e assumirmos que o valor do GIFE está subestimando a doação por um fator de quatro, chegamos a uma estimativa de US$ 4 bilhões para a doação anual no Brasil”.

Ao considerarmos a falta de deduções fiscais para doações filantrópicas no Brasil, juntamente com a cultura de doação menos desenvolvida do que nos EUA, estimamos que o valor anual de doações no Brasil seja de cerca de US$ 4 bilhões. Embora a pandemia tenha levado a um aumento temporário de doações em 2020 e em parte de 2021, alguns dados mostram que as doações estão retornando aos níveis pré-pandêmicos em 2022. Especialistas também questionam se esse aumento foi de natureza emergencial e se levará a uma mudança duradoura ou ao desenvolvimento de uma cultura de doação.

Igualdade na Filantropia

De acordo com o estudo, a maioria dos filantropos entrevistados disse que a igualdade racial, em alguns casos com fatores intersetoriais como gênero e renda, era uma das maiores questões da sociedade brasileira. Pelo menos 18 concordaram com a promoção da igualdade racial e pelo menos 14 demonstraram isso em suas próprias organizações ou estavam contratando ativamente para uma maior diversidade e inclusão.

Pelo menos sete estão financiando ativamente iniciativas que promovem a igualdade racial, enquanto apenas três expressaram que a igualdade não era uma lente para sua filantropia. Nesse contexto, é importante observar que, dos 42 entrevistados, apenas três poderiam ser considerados não brancos do ponto de vista da aparência. Alguns notaram esta falta de diversidade no próprio setor.

Para conferir o estudo completo, acesse institutobeja.org/filantropando/

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