Aconteceu no último 15 de junho, o encontro do Grupo de Cultura ABCR, no Rio de Janeiro, realizado em parceria entre a ABCR, a ABGC (Associação Brasileira de Gestores Culturais) e a Universidade Candido Mendes.
O tema da palestra “Desenvolvimento Institucional na Cultura” atraiu cerca de 80 pessoas que participaram do evento, com a mesa composta pelo palestrante Mauricio Cruz (gerente de Desenvolvimento Institucional da Santa Marcelina Cultura), Kátia de Marco, presidente da ABGC, Lucimara Letelier (Diretora da mcBR e Coordenadora do Grupo de Cultura ABCR) e Michel Freller (Diretor da ACBR, e da Criando).
Katia de Marco abriu o encontro mencionando a atuação da ABGC na integração da Captação de recursos aos conceitos de gestão cultural. Segundo Kátia, “a visão da ABCR está muito alinhada com o que a ABGC acredita e propaga para seus alunos aqui nos nossos cursos.”
Mauricio Cruz apresentou a experiência da Santa Marcelina Cultura, organização que realiza mais de 250 concertos musicais por ano, oferece formação musical a mais de 15 mil alunos e coordena o Festival Internacional de Musica de Campos de Jordão. Mauricio contou como a captação de recursos é integrada a comunicação e marketing, atividades gerenciadas pelo departamento de Desenvolvimento Institucional e realizadas por uma equipe interna que alia arrecadação de recursos com conceitos de Branding, posicionamento institucional, planejamento estratégico e gestão cultural. E trouxe exemplos como os resultados de captação, o organograma da equipe de DI, metodologia de elaboração de projetos e estratégia de diversificação de receitas (Pessoa física, empresas, Fundações internacionais) . Segundo Maurício, “a área de Desenvolvimento Institucional é estratégica e é uma catalisadora na organização responsável por mobilizar a todos os colaboradores para que compreendam e exerçam plenamente seu papel como multiplicadores da causa e captadores de recurso. A captação não é atribuição exclusiva de apenas uma área da organização. É uma função de todos. Mas o Desenvolvimento Institucional deve criar o instrumentos adequados para que este trabalho seja efetivo”.
O debate contou com diversas perguntas da platéia, interessadas na comparação do modelo “OS” aplicado para as organizações culturais em São Paulo com o modelo em desenvolvimento no Rio de Janeiro. A presença de Sandra Pedroso, colaboradora da Secretaria de Cultura do Estado do Rio e do Núcleo ABCR Rio, ajudou a esclarecer que o processo de convocação das OS no Rio ainda está em andamento e há algumas diferenças do modelo paulista. Em resposta a outra pergunta sobre a participação da ABCR junto ao Ministério da Cultura para mudanças das leis de incentivo, Michel Freller mencionou que a ABCR busca se aproximar das decisões do MINC sobre esta questão e reforçou: “recentemente abrimos o Núcleo ABCR Brasília, cujo papel inclui o monitoramento de mecanismos legais para o terceiro setor, abrangendo também a cultura. Consideramos parte do papel da ABCR participar dos avanços da legislação que fortalecem o processo de mobilização de recursos.”
Lucimara Letelier contou um pouco da experiência de outras organizações culturais brasileiras e internacionais com a criação de áreas de Desenvolvimento Institucional com a captação de recursos como atividade interna e contínua das instituições e não delegada a terceiros externos, como tradicionalmente tem sido no mercado brasileiro. Este tema ainda é polêmico, mas , segundo ela, “os sinais no mercado são claros de que estamos avançando cada vez mais nesta direção que considera a sustentabilidade financeira e o reconhecimento público das organizações como uma atividade estratégica, que vai muito além de formatar projetos ou de apenas divulgar eventos. Esta atividade passa pelo fortalecimento das relações institucionais que a organização realiza ao longo dos anos que precisam de mecanismos de gestão e captação profissionalizadas para revertê-los em fluxos de receita permanentes para a organização.”
O objetivo do Grupo de cultura é continuar com estes debates sobre a “nova forma de se fazer captação” neste setor.
Estão todos convidados a participar das próximas palestras:
– Nutrindo Relações em São Paulo, 25 de julho as 19:00 horas
– FLAC – Indaiatuba – 17 de agosto as 11:00 horas
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