III Festival Latino-Americano de Captação de Recursos, realizado de 16 a 18 de agosto, em Indaiatuba (SP), reuniu mais de duzentas pessoas entre especialistas e profissionais de organizações da sociedade civil.
Para o presidente da Associação Brasileira de Captação de Recursos (ABCR), Marcelo Estraviz, o III Festival Latino-Americano de Captação de Recursos FLAC – contribuiu para afirmar o encontro como referência na discussão sobre captação de recursos na América Latina. “Nosso objetivo é fazer dele o maior evento latino-americano e um dos cinco principais do mundo do gênero. As três edições realizadas em três anos consecutivos mostram que temos condições para isso”, afirma.
Estraviz destaca o dinamismo como um diferencial do FLAC, uma vez que o encontro permite uma formação coletiva de sua agenda: “Parte da agenda do evento é definida com antecedência, com os palestrantes e os temas das plenárias. Mas em certo momento dez salas ficam à disposição do público para a discussão de temas abertos, proposição de novas palestras e oficinas. É o que chamamos de ‘Espaço Aberto’, uma marca registrada do FLAC. Tínhamos, em princípio, 34 palestras agendadas. Acabaram sendo 60, que foram definidas com a construção da agenda na primeira manhã do Festival. Essa construção e participação coletiva na agenda do evento é que o define como um Festival, e não um Congresso.”
Os mais de 200 participantes aprofundaram seus conhecimentos sobre o assunto com a possibilidade de traçarem um painel sobre as modalidades de captação de recursos na América Latina.
“Trouxemos organizações de diferentes países para contar suas histórias e ajudar outras a testarem fontes de captação que desconheciam. Algumas delas trabalhavam com financiadores e doadores estrangeiros, muitas com indivíduos e empresas, e, finalmente, outras com marketing relacionado a causas. No FLAC, os participantes puderam avaliar novas experiências e perceber que existe espaço para trabalharem com outras fontes de captação de recursos além das convencionais a que cada organização está habituada”, diz Marcelo Estraviz.
Área em expansão – Marcelo Estraviz avalia que o cenário é positivo para os captadores brasileiros. “Nunca estivemos numa situação tão vantajosa. Para as pessoas de fora, o Brasil é o País da vez, onde as oportunidades surgem, a economia cresce, lugar que sediará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O Brasil é visto como uma terra de oportunidades, inclusive para as doações e, consequentemente, para o incremento da captação de recursos. Há dez anos, pouquíssimas organizações tinham um setor de captação. Atualmente, mais da metade tem um área de captação consolidada. É um sinal positivo”.
Outra discussão levantada no FLAC foi o que ele chama de “cultura da solicitação”. Estraviz explica que as doações estão ligadas à capacidade de se solicitar adequadamente. “As tendências nos levam a concluir que as doações vão aumentar no País e que as pessoas também vão doar mais individualmente. Mas isso só vai acontecer se as organizações se profissionalizarem. Elas precisam fortalecer seus organismos de captação e criar mecanismos sólidos de solicitação. É preciso solicitar de forma estruturada e inteligente”.
Em três anos, cerca de 800 profissionais participaram da iniciativa. A primeira edição, em 2009, aconteceu em São Paulo. A segunda, em Recife. Este ano, o evento ocorreu em Indaiatuba (SP), a pouco mais de uma hora de São Paulo. Em 2012, voltará a ser realizado na capital paulista – no mês de maio.
Fonte: IDIS