Comunicação com doadores está na base da profissão dos captadores. Além de conseguir doações, é função do profissional garantir que elas venham por um período de tempo razoável, quanto mais melhor. Portanto, comunicar com doadores, para garantir um bom índice de retenção destes (o período no qual eles continuam doando), é algo fundamental. Isso é gestão de relacionamentos, competência fundamental para quem está mobilizando recursos e um tema sobre o qual a ABCR começará a falar cada vez mais, colocando na agenda de debates. Sobre ele, confira abaixo um artigo que trata da importância de enviar boletins permanentes a seus doadores. Ou melhor, que trata das razões erradas para não enviar boletins. Vale a leitura!
O Boletim da organização: amigo ou inimigo
Vamos derrubar algumas barreiras. aquelas que estão entre sua organização e a criação de um boletim que vai melhorar a retenção de doadores, ampliando assim o valor no tempo da sua lista de doadores. Porque, vamos analisar seriamente os boletins: eles existem justamente pelo dinheiro…
Bem, vamos algumas das desculpas para não se enviar boletins:
• Tínhamos um boletim antes. E não funcionou. Essa conclusão dá a entender que algumas organizações simplesmente não são “material para boletins”, quando de fato muitos boletins são feitos para não ter sucesso. Aprenda a fazer seu boletim a doadores certo, e ele irá funcionar.
• Eu sou captador de recursos, não um jornalista. Você não precisa ser o melhor escritor para criar um grande boletim da sua organização. Paradoxalmente, o seu boletim não terá como objetivo levar as pessoas a ler seus artigos, mas sim transmitir continuamente alegria aos seus doadores. Você pode facilmente alcançar esta façanha rentável em poucas manchetes e linhas. Você não precisa escrever artigos “estranhos”. Você apenas precisa aprender como escrever um artigo bom em poucas linhas. Isso é tudo. E esta é uma habilidade facilmente adquirida.
• Eu tenho outras prioridades. Eu te entendo: minha lista de tarefas sempre supera o meu dia de trabalho. Então vem a questão (ainda mais em organizações pequenas): vale a pena dedicar tempo para fazer o boletim? Deveria ser uma prioridade ou um algo a mais? Bem, isso depende. Se a sua organização acredita (como eu acredito, porque vi várias vezes) que o doador seja a centralidade, é o caminho mais seguro para o aumentar a receita e a retenção, então você precisa de uma ferramenta para te ajudar a nutrir relações com todos os seus doadores – e não apenas com os poucos afortunados que você pode abordar um a um. A ferramenta adequada para o cultivo em massa é um boletim aos doadores.
• Eu não tenho nenhuma história. “Existem 8 milhões de histórias na Grande Maça. Esta é um deles”, o narrador entoava ao final de cada episódio. A série Naked City foi um dos primeiros programas de TV ambientados em New York. Eles sabiam que nunca ficariam sem histórias. Nem você ficará. E não precisa ser histórias de 500 palavras. Podem ser textos de 50.
• Eu não sou um designer. Você não precisa ser. Mesmo o indivíduo com mais dificuldade gráfica consegue enviar a doadores um simples boletim criado em Word ou em Power Point. Confie em mim: se você consegue escrever qualquer tipo de carta, você pode criar um boletim informativo de sucesso. Design bonitos NÃO é o que faz um boletim a doadores funcionar.
• Não consigo justifcar para o meu chefe. Veja: o obstáculo financeiro para boletins é realmente muito pequeno. Se você pelo menos zerar os custos – se trouxer doações para cobrir postagem e impressão – então você já está superando as expectativas. Boletins de doadores não são sobre a receita atual (embora possam fazer milagres nesse departamento). Boletins são sobre manter doadores por um longo período. O que na verdade é algo inteligente.
Texto original, em inglês (tradução da ABCR): http://aherncomm.com/ss_plugins/content/content.php?content.5115.