O FLAC – Festival ABCR de 2013 continua rendendo! Confiram abaixo o artigo publicado no jornal Diário da Manhã e de autoria de Rose Cruvinel, Chefe de Gabinete de Gestão e Interlocução com os Movimentos Sociais do Governo do Estado de Goiás. Rose esteve em Salvador e participou ativamente dos três dias do Festival.
Um festival de sonhadores
O Terceiro Setor, ao menos em sua proposta mais pura, é um berçário de causas que buscam promover conexões humanas mais saudáveis.” Felipe melo-pensador estadunidense T.S. Eliot e diretor da ONG Canto Cidadão-São Paulo.
Na semana passada, de 22 a 26 de abril, tive o privilégio de participar, no centro de convenções de Salvador-BA juntamente com duas representantes da associação de combate ao câncer do Estado de Goiás e mais 600 representantes de outros Estados e outros países, de um dos maiores eventos da América Latina em captação de recursos. Refiro-me ao FLAC- Festival ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos).
A ABCR, hoje com mais de 500 associados é uma organização sem fins lucrativos, composta por capatadores de recursos que tem como principal objetivo estabelecer uma ampla representação nacional, fortalecendo os laços entre os captadores de recursos e propiciando condições para o intercâmbio técnico, a troca de experiências e o desenvolvimento comum da categoria.
O evento foi dividido em 03 rodas vivas: cultura da doação no Brasil e no mundo, desafios do financiamento e sustentbilidade das organizações da sociedade civil e o futuro do captador de recursos e contou com 60 renomados palestrantes, dentre eles, o americano Bob Carter, da AFP (Associação de Profissionais de Captação de Recursos, dos EUA). Foram mais de 120 palestras enriquecedoras, além dos workshops e os “open spaces.” Uma verdadeira chuva de informações para os que atuam no terceiro setor.
O americano Bob Carter destacou, na abertura que a doação, em seu país cresceu 80% nos últimos anos e que hoje, todos os americanos querem doar. Segundo ele a doação está ligada ao comportamento humano, mas só ocorre quando o doador é convencido a fazer sua doação. Para convencer, afirma carter, “é preciso mostrar, de alguma forma, que a doação deve ser feita de imediato, pois o problema não pode esperar”. É preciso provar, de alguma forma, que estamos salvando vidas ou melhorando a vida de quem precisa.
Carter levou todo o auditório a refletir, com a seguinte provocação: “Shall we ask’ (devemos pedir?) afirmando a seguir: “Devemos sim! É preciso pedir ajuda para a saúde, para o esporte, para o câncer, para a cultura etc…“ as pessoas precisam aprender a doar, desde que saibam que estão doando para uma instituição séria, que faz sua contabilidade corretamente e apresenta os resultados de suas ações.” O palestrante lembrou, ainda, que grandes astros do seu país doam para diferentes instituições, mas exigem resultados. Alguns desses astros são mega doadores e querem, de verdade, ajudar a mudar o mundo.
O escritor e, também, palestrante Rodrigo Alvarez do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) comentou, em seguida que a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) tem muito a ver com a AFP de Carter, sendo que começou com 10 associados e hoje já conta com 509.
De todos os problemas levantados durante o evento o mais discutido foi o relacionado à falta da cultura de doação no Brasil, assunto que levou a representante da Secretaria da Presidência da República, Laís Lopes a relacioná-lo ao marco regulatório, que é um novo instrumento em fase final de correção e que se refere a parcerias, convênios, repasses, financiamentos, sustentabilidade e e certificação.
Outro importante assunto abordado pelo escritor e palestrante Marcelo Estraviz foi sobre o futuro das doações. O autor enfatizou que, “para o futuro que queremos sera necessário o uso adequado da tecnologia, do mobile.” De fato o que temos percebido claramente, sómente através de um celular com as ferramentas necessárias poderemos enviar e receber, em segundos, informações de qualquer parte do país e do mundo, o que sem dúvida alguma ira acelerar nossas ações e nossos compartilhamentos em prol do sucesso de todos.
Foi um privilégio, sem nenhum exagero, estar entre tantos ilustres palestrantes, escritores, gestores e presidentes de importantes entidades sociais, como chefe de gabinete de gestão de interlocução com os movimentos sociais, que pretende interagir com o terceiro setor, em nosso estado colaborando, apoiando e buscando encontrar, de forma criativa, meios para a sustentabilidade de cada uma das instituições cadastradas neste GGMIS.
É minha proposta, como representante do governador Marconi Perillo, para a interlocução com os movimentos sociais construir canais efetivos com todas as entidades sociais do Estado de Goiás, com vistas a criar condições favoráveis para diálogos profícuos, que possam contribuir, efetivamente, para o sucesso de cada uma delas.
Autoria: Rose Cruvinel, médica; ex-vereadora/3 mandatos; ex-deputada estadual; Chefe de Gabinete de Gestão de Interlocução com os Movimentos Sociais do Governo do Estado do Pará.
Texto Original: http://www.dm.com.br/texto/110668-um-festival-de-sonhadores