O Mobiliza – Prêmio Brasileiro de Captação, também identificou e reconheceu os voluntários que contribuem captando recursos para que as organizações da sociedade civil possam desenvolver suas atividades e projetos e, assim, seguir transformando a realidade brasileira. Na categoria Voluntário Global, a voluntária Virginia Porto Leles ficou em segundo lugar, atuando em prol da Associação de Pais e Amigos dos Tenistas de Ouro Branco. Saiba mais sobre a história dela.
Categoria: Voluntário Global
2ª colocada: Associação de Pais e Amigos dos Tenistas de Ouro Branco – Voluntária: Virginia Porto Leles
Meu papel é ser uma espécie de embaixadora do projeto. Dedico-me voluntariamente e diariamente a este projeto desde a sua fundação porque acredito que é possível conquistar os objetivos propostos utilizando o tênis, que é um esporte disciplinador que exige concentração e estratégia, o que pode influenciar a vida futura das crianças e dos adolescentes participantes. Com o conhecimento que tenho dentro da comunidade, após residir por 35 anos no mesmo local e participar de trabalhos comunitários em várias organizações, associar isto ao projeto faz com que eu consiga conquistar a cada dia melhorias, e veja o brilho no olhar de cada participante que passa também a ser um multiplicador do projeto.
O que me motivou foi o fato de poder levar o esporte para crianças de periferia. No início, voluntariamente recolhi materiais, como raquete, bolas usadas, roupas de tênis e até bananas para o lanche. Eu mesma, como sou tenista, comecei a treinar oito crianças, mas isso despertou o interesse de mais crianças, e também surgiu a necessidade de viagens para competições. Com a ajuda de uma amiga, que é promotora da vara da infância e da juventude, criei a ONG, que foi crescendo e atualmente abriga 50 crianças de risco social, sendo três atletas filiadas ao brasileiro e 22 ligadas ao pró-tênis mineiro.
Inicialmente fui ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), cadastrei o projeto no Fundo da Infância e do Adolescente (FIA), pelo qual é possível captar recursos para projetos ligados à Infância. Além de cadastrar, passei a ser membro do Conselho para captar recursos para os projetos existentes, e permaneço conselheira até hoje. Passei a estudar sobre editais, buscar convênios e consegui apoio de duas importantes empresas de Minas Gerais, além de um convênio com o governo de Minas, que utilizava o esporte para combate ao uso indevido de drogas. Também busquei parceria com uma empresa de São Paulo, ligada à Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Buscar sempre novos financiadores é nosso foco, sem jamais esquecer o primeiro tipo de captação, que foram as doações de materiais, raquetes usadas, livros e tudo o que possa contribuir para nosso projeto.
O maior desafio era convencer os patrocinadores e doadores de que era possível utilizar o esporte tênis como ferramenta para melhoria escolar, sabendo que no Brasil, e principalmente em uma pequena cidade do interior de Minas, é difícil despertar o interesse por um esporte que não seja o futebol, principalmente quando este esporte é conhecido pela disciplina e concentração, exigência básica para seguir adiante. Outro desafio grande é mostrar ao patrocinador que vale a pena investir em nosso Projeto e continuar patrocinando a cada ano e até aumentar os investimentos feitos. Demonstrar isso requer conhecimentos nas áreas de responsabilidade social e ferramentas de apoio.