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Crowdfunding: 9 dicas para ajudar a campanha da sua organização a decolar

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As plataformas de crowdfunding — financiamento coletivo — surgiram no Brasil há cerca de seis anos e, apesar do breve histórico, já arrecadaram milhões de reais. Especializadas em terceiro setor, a Juntos.com.vc, criada em 2011, e a Benfeitoria, de 2012, por exemplo, movimentaram ao longo de sua existência mais de R$ 8 milhões e de R$ 15 milhões, respectivamente. Já o pioneiro site Catarse, maior plataforma do país baseada nesse modelo de economia colaborativa, levantou mais de R$ 16 milhões apenas em 2016 — a página está aberta a projetos de diversos temas.

Não existe uma fórmula mágica que garanta o sucesso de uma campanha, mas há estratégias capazes de ajudar uma organização da sociedade civil a captar com essa ferramenta. Especialista em financiamento coletivo, Lúcia Barros, que estudou o tema em seu doutorado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), compartilhou algumas dicas com a Captamos. Confira!

Rede de apoiadores
Apesar da visibilidade que a internet possibilita, uma campanha de financiamento coletivo não vai alcançar milhões e milhões de internautas. “Na verdade, não se consegue ultrapassar muito o universo de contatos das pessoas ligadas à organização. Se não há uma rede potencial bem trabalhada, não vai atingir a meta”, diz Lúcia.

Meta realista
É importante estimar uma meta realista para o projeto. E, para isso, conheça sua rede de contatos, saiba quem são e quantas poderão ser essas pessoas. “Não adianta fazer uma campanha que precise de um ticket médio maior do que seus potenciais apoiadores podem dar. Participei de uma, na área de saúde, em que o público-alvo era de baixa renda, mas sabíamos que teríamos também doações maiores de médicos envolvidos com o tema”, lembra.

“Papo reto”
A comunicação com os possíveis doadores tem de ser simples e direta. Até por isso, três dados não podem faltar, segundo Lúcia: “Objetivo, orçamento e prazo. Informações concretas facilitam a tomada de decisão por parte dos que pretendem doar.”

“Tudo ou nada” ou flexível?
No crowdfunding, as modalidades de campanha mais comuns são: ‘tudo ou nada’ — na qual o projeto tem de bater a meta num determinado período, caso contrário, perde todo o recurso arrecadado até então — e flexível. Neste último caso, todo dinheiro arrecadado vai para a organização, mesmo que a meta não tenha sido alcançada.

“A modalidade flexível é uma garantia de que se conseguirá recursos no fim. Mas o ‘tudo ou nada’ mobiliza mais as pessoas, que se esforçam para atingir a meta”, ressalta Lúcia.

Ler é bom, ver é melhor
Fazer vídeos é uma estratégia importante para uma campanha de crowdfunding. “Às vezes, as pessoas nem leem o que você escreveu e vão direto para o filme, que tem de dizer já nos primeiros 15 segundos —  que são os mais importantes —, o objetivo do projeto.”

Prepare-se antes 
“Tem gente que coloca a campanha no ar para só depois pensar na divulgação. Isso é um erro. É preciso ter a estratégia de comunicação antes. Faça um cronograma de posts para as redes sociais e prepare material para mostrar a seus potenciais doadores. Defina quem vai fazer o quê e quando”, orienta.

Primeiro dia é crucial
Como destaca a especialista, é importante “esquentar a rede antes de a campanha começar”. A ideia é que, na hora em que o financiamento coletivo for colocado no ar, as pessoas já tenham conhecimento do projeto. Até porque, diz Lúcia Barros, o primeiro dia é fundamental. “Se não houver muitas doações logo de cara, é quase certo de que o projeto vai fracassar. Se você sabe que tem gente que vai apoiar de qualquer jeito, peça para que doe no início. Isso sinaliza que há pessoas acreditando na campanha”.

Uma coisa de cada vez
Campanhas de financiamento coletivo são trabalhosas. Ter ao mesmo tempo alguma outra iniciativa de fôlego é um erro, conforme a especialista. “Toda a equipe precisa estar dedicada ao crowdfunding.”

O que oferecer em troca?
Ao contrário de campanhas com fins comerciais, quem doa para um crowdfunding social na maioria das vezes não está interessado em receber contrapartida material. “Precisa entender o que motiva seu público. Geralmente, ele não quer algum produto. Uma alternativa é informar o retorno do recurso dele: ‘Se doar tanto, você ajuda uma criança. Se for esse outro valor, uma família’. A informação e o reconhecimento costumam ser mais importantes enquanto recompensa.”