A arte do storytelling faz leitores embarcarem e se conectarem emocionalmente com a mensagem.
Você sabia que o cérebro humano possui maior facilidade de reter informações por meio de histórias? É por isso que falamos em storytelling, a arte de se comunicar por meio de histórias que usam recursos linguísticos e visuais e têm um enredo envolvente, evolutivo e bem desenvolvido, com começo, meio e fim. Essa tem sido uma excelente ferramenta para que organizações sociais mostrem o impacto social que estão gerando e, consequentemente, captar recursos.
Possuir uma história e contá-la é fácil, mas fazer com que o público realmente se identifique com o que está sendo contado, é mais complicado, pois é necessário fazer com que a pessoa sinta-se em uma jornada de impacto. Mesmo que já existam milhões de outros textos e vídeos sobre a sua causa, o seu conteúdo será único, pois foi escrito trazendo exemplos reais do que a organização faz e como está ajudando a mudar o mundo.
Seguir alguns passos faz com que a produção mostre ao público o impacto gerado pela organização social e atraia mais pessoas doadoras. Neste post, vamos mostrar os passos para fazer um bom storytelling, tanto para produções textuais quanto audiovisuais.
O storytelling pode ser separado em duas partes:
Story: a mensagem a ser transmitida, ou a história que deverá ser contada
telling: a forma como essa mensagem será apresentada
Caso sua mensagem seja forte e chame a atenção, é possível que ela tenha um bom efeito mesmo com um telling fraco. Mas se sua história for ruim, dificilmente você conseguirá atingir o objetivo.
Existem reportagens que nos chamam a atenção momentaneamente, isso porque muitas vezes o assunto a ser abordado é de extrema importância, mas poucas são as histórias que lembramos e replicamos. Isso só é possível quando se consegue unir as duas partes do storytelling.
Descreva o ambiente em que a história acontece, isso facilita que o público embarque na jornada e sinta-se parte da história. Os ambientes fazem com que as pessoas se conectem e se identifiquem com a mensagem. A história se passa em uma cidade, em um bairro específico, dentro de casa, na organização? Parece simples, mas essa informação gera mais clareza e possibilidade de que a pessoa do outro lado – leitora, telespectadora ou ouvinte – consiga se transportar para dentro da história. Um exemplo de como essa descrição faz diferença é o vídeo de apresentação da organização Barco Sorriso, focada em melhorar a qualidade de vida nas comunidades isoladas e de difícil acesso do litoral brasileiro por meio de atendimentos odontológicos gratuitos e educação em saúde.
Personagem
O personagem é mais uma das principais partes do storytelling. É ele quem percorre toda a história, sofre uma transformação e faz com que a transmissão da mensagem ocorra, mas nunca deve ser maior que o próximo item. Seu personagem pode ser a fundadora da organização, um voluntário, uma pessoa que foi beneficiada direta ou indiretamente, e quem mais tiver uma história que ajuda a mostrar as transformações geradas e inspire outras pessoas.
É nessa parte onde está o maior interesse do leitor. A história desencadeada tem que despertar emoções e atrair a máxima atenção, pois mensagens simples e sem muito apelo não gera identificação.
O desafio no qual o personagem estiver inserido não poderá ser superado facilmente, isso porque se tornaria uma história romantizada. Na vida real, todos nós enfrentamos conflitos: vontade de desistir por questões financeiras, problemas familiares, saúde, medo…etc..
Esses quatro itens são os elementos principais para construir um storytelling que cumpra com seu papel principal, mas existem outras formas e técnicas de se escrever uma mensagem.
A jornada do herói
Não existe uma receita única para se escrever uma história. A jornada do herói é um dos modelos mais conhecidos, criado pelo pesquisador Joseph Campbell depois dele observar diversas histórias e encontrar nelas uma técnica comum às lendas, mitos e fábulas antigas – o personagem passa por transformações sequenciais até se tornar um herói.
A análise original possuía 17 etapas, mas foi adaptada por Christopher Vogler em sua obra “ A Jornada do Escritor” e se tornou 12, que são:
Se você conhece filmes como Star Wars ou O senhor dos anéis, vai saber bem sobre o que estamos falando. O protagonista recebe um chamado ou sente que precisa seguir em uma nova jornada, sente receio e recusa, mas encontra pessoas que vão ajudá-lo a vencer os desafios até que volte para o lugar de origem com o elixir, que é a grande conquista – pode ser um prêmio ou um aprendizado, por exemplo.
Além dos quatro principais passos para a construção do storytelling, ou da Jornada do Herói, temos ainda o modelo Pixar de contar histórias e muitos outros. Responsável por diversos sucessos, como Toy Story e Procurando Nemo, o estúdio de animação Pixar aplica o storytelling em seus filmes de forma bem simples.
São três os atos do modelo Pixar. O primeiro é a apresentação, toda aquela história de “era uma vez…”, anunciando o problema. O segundo ato é a jornada, onde geralmente ao final da resolução de um problema, já surge outro. E por fim, a mudança, que tem por objetivo impactar e emocionar o público.
Mais dicas de storytelling
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Para saber mais
Confira outras informações e dicas de como construir um bom storytelling, além de exemplos práticos:
Assista aqui: Salve O Ralph – Curta com Rodrigo Santoro
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