“Criador de um mundo novo”, assim definiu o trabalho do captador de recursos o apresentador do evento, Felipe Melo, durante a abertura do Festival ABCR, na noite de terça, dia 05 de maio. Na cerimônia, que não teve nada de protocolar, Melo caprichou na teatralidade e no toque humano, para dar as boas-vindas ao público.
Bem-humorado, Melo ainda puxou para o palco o atual, Rene Steuer, e os antigos presidentes da Diretoria da ABCR, João Paulo Vergueiro e Marcelo Estraviz, além da nova Diretora Secretária da associação, Ana Flavia Godói, para participar do grupo de pagode Só para Captar, uma paródia a bandas do gênero, quando cantaram a música “Samba do Captador”.
Além de darem início às atividades, Steuer e Vergueiro anunciaram também as mudanças na gestão da ABCR. O ex-presidente passará, após processo de contratação, a liderar os trabalhos executivos da associação. “Foi um processo que pensamos para profissionalizar a gestão da ABCR, fortalecer sua sustentabilidade e ampliar o impacto que temos na sociedade, promovendo a captação de recursos nas organizações da sociedade civil e a importância da doação e da valorização do papel do doador”, afirma Vergueiro.
Palestra inspiradora lembra missão do captador
Na primeira palestra magna do Festival ABCR, realizada na noite de terça (05), dividiram o palco a maranhense Maria Eulina Hilsenbeck, fundadora do Clube de Mães do Brasil e Regina Moraes, idealizadora do Projeto Velho Amigo. A partir de suas história de vida e luta social, elas provocaram os participantes do Festival ABCR de forma inspiradora a não esquecer qual é a real missão do captador de recursos.
Aos 64 anos, Maria Eulina conhece, e bem, cada uma das ruas do Centro de São Paulo, região em que atua sua organização. Ex-moradora de rua, hoje lidera uma instituição (na Avenida São João, 2050), que serve de refeitório e escola para moradores de rua e pessoas sem recursos financeiros.”As pessoas da região reclamam de nós por trabalharmos com moradores de rua. Elas têm uma venda nos olhos”, afirmou, lembrando das dificuldades do trabalho, sendo, mais tarde, ovacionada de pé pela plateia.
Já Regina Moraes é presidente do Projeto Velho Amigo – Associação de Amparo ao Idoso, voluntária das obras assistenciais Dona Filhinha (que congrega 26 entidades de assistência goianas) e criou recentemente o Retrato Social, uma empresa social que aproxima doadores e organizações sociais. “Depois de tudo isso, ainda tenho muito que aprender. Posso ficar aqui no palco até quinta-feira?“, brincou, mostrando mais um pouco da descontração que cativou os participantes.