Profissionais são mais procurados em organizações das áreas de assistência social, educação, pesquisa e saúde
A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) divulgou seu primeiro relatório semestral de vagas, referente ao período de janeiro a junho de 2024. O relatório oferece uma análise detalhada das vagas publicadas no site da organização, refletindo o cenário atual do mercado de trabalho no terceiro setor, com foco nas áreas de captação de recursos e gestão, nas organizações da sociedade civil (OSCs) no Brasil.
O site da ABCR é considerado uma das principais referências em conteúdo sobre captação de recursos para organizações sociais. A partir deste ano, a organização passou a monitorar as vagas publicadas, permitindo a criação de uma base histórica que facilite a identificação de tendências e mudanças no mercado de trabalho.
“Este relatório oferece um retrato inédito do mercado de trabalho no terceiro setor, especialmente para a área de Captação de Recurso. É um farol para tendências e para o planejamento e o benchmark das organizações da área”, afirma Fernando Nogueira, diretor-executivo da ABCR.
Após uma análise dos formulários que são preenchidos pelas organizações sociais para a divulgação das vagas no site da ABCR no período monitorado, 79 organizações publicaram 98 vagas, sendo que 65 dessas organizações publicaram 77 vagas específicas para captação de recursos. A maior parte das vagas são de organizações sediadas em São Paulo, que representam mais de 70% das oportunidades. Em termos de causas, a assistência social lidera, seguida por educação e pesquisa, saúde, defesa de direitos, meio ambiente e cultura.
A análise também revela que a maioria das vagas foi publicada por organizações de porte médio, com orçamento anual entre 2 e 10 milhões de reais, o que demonstra um equilíbrio em relação ao porte das instituições que buscam captadores. Outras cidades que se destacam incluem Rio de Janeiro (RJ), Recife (PR), Aimorés (MG), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR).
As vagas publicadas também refletem o movimento de profissionalização e consolidação do setor. A maioria das vagas inclui no nome termos como “Captação” ou “Captador/a”, com destaque para funções de “Analista” e “Coordenador/a”. As vagas são predominantemente generalistas, seguidas por oportunidades de captação com empresas.
Já a média salarial para vagas de captação de recursos é de, aproximadamente, 6.800 reais por mês, com a faixa mais comum variando entre 2.500 e 5.000 reais. A forma de remuneração mais divulgada é o salário fixo, com algumas vagas oferecendo combinações de salário fixo e bônus por desempenho ou percentual do valor captado.
A maioria das vagas (57,1% das vagas gerais e 55,8% das vagas de captação de recursos) oferece contratos CLT. No entanto, há também uma significativa presença de contratações via Pessoa Jurídica ou Microempreendedor Individual (MEI).
Em relação ao local de trabalho, as vagas híbridas, que combinam trabalho remoto e presencial, são as mais comuns, seguidas por vagas que exigem presença física nos escritórios das organizações.
“O retrato das vagas de Captação mostra avanços e desafios. É uma mostra clara de um setor muito mais desenvolvido do que quando a ABCR começou suas atividades, 25 anos atrás. A contratação via CLT e com salário fixo (sozinho ou combinado a outros bônus) também é compatível com as práticas e os princípios defendidos por nossa organização. Mas ainda queremos ver muito mais vagas, especialmente fora de SP e por organizações de todos os portes”, complementa Nogueira, da ABCR. A versão resumida do relatório está disponível clicando aqui.
A ABCR continuará a monitorar e divulgar esses dados semestralmente, contribuindo para a profissionalização do terceiro setor no Brasil. Para divulgar uma vaga, acesse bit.ly/Vagas_ABCR. Para acompanhar as vagas publicadas, acesse o site da ABCR em www.captadores.org.br/category/vagas/.
Sobre a ABCR
A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) (www.captadores.org.br) reúne e representa os profissionais de captação, mobilização de recursos e desenvolvimento institucional, que atuam para as organizações da sociedade civil no Brasil. Lidera campanhas, eventos e uma série de outras iniciativas de fortalecimento do setor e de apoio a quem atua por uma sociedade mais justa e democrática.