A edição de 2014 do Mobiliza – Prêmio Brasileiro de Captação apresentou o Comitê de Democratização da Informática do Rio de Janeiro como o grande vencedor da categoria campanha inovadora. A campanha apresentada foi CDI no Skoll Social Entrepreneur’s Challenge. Conheça mais sobre ela.
Categoria: Campanha Inovadora
1º colocado: Comitê para a Democratização da Informática
Campanha: CDI no Skoll Social Entrepreneur’s Challenge
Em Setembro de 2013, o CDI foi selecionado para participar da Skoll Social Entrepreneur’s Challenge, uma colaboração entre Skoll Foundation, Huffington Post e Crowdrise. Neste desafio, 57 ONGs internacionais tiveram um período de nove semanas para captar o máximo de doações possíveis através da plataforma de crowdfunding Crowdrise. As cinco organizações com os maiores valores de recursos captados iriam ganhar prêmios adicionais, entre US$ 50.000 e US$10.000, pela Skoll Foundation. As doações seriam feitas através do site Crowdrise, com valores entre US$10 e US$10.000. O CDI entrou no desafio com três estratégias principais: 1. Mobilizar a sua própria rede nacional e internacional; 2. Utilizar celebridades e artistas para que mobilizassem os seus fãs; e 3. Fazer parcerias com empresas locais para que mobilizassem seus funcionários.
A equipe do departamento de Desenvolvimento Institucional focou o seu trabalho no desafio durante estas nove semanas, e envolveu todos os funcionários da matriz do CDI no Rio de Janeiro e nas demais regionais no Brasil, para que estes se tornassem fundraisers através do site. Na primeira semana, 20 funcionários criaram seus perfis e começaram a mobilizar a família e os amigos. Uma página do Facebook foi criada para divulgar a participação no desafio, e pequenos “teasers” (imagens com frases curtas e instigantes) foram postados todos os dias para garantir uma mobilização contínua através das redes sociais. A segunda estratégia foi utilizar celebridades para divulgar a causa do CDI. A atriz Maitê Proença e o comediante Fabio Porchat elaboraram vídeos curtos falando sobre o CDI e o seu trabalho. Além disso, o artista plástico brasileiro Vik Muniz doou 20 obras fotográficas no valor total de $100.000. A terceira estratégia foi a de realizar parcerias com empresas locais para que mobilizassem todos os seus funcionários a doarem pequenos valores. Empresas como a Generali Brasil Seguros, a Renaissance Executive Forum e a Nasajon Sistemas conseguiram mobilizar significativos recursos para a campanha. O CDI terminou o desafio em terceiro lugar geral, com um valor total captado de $ 227.945,00. Além disso, recebeu um prêmio adicional de $30.000 da Skoll Foundation. O CDI vê a participação neste desafio como uma grande conquista na área de captação de recursos e na área de comunicações, sendo a mais bem-sucedida organização brasileira na campanha.
A captação de recursos no CDI sempre foi realizada de maneira mais tradicional: aplicações para editais e parcerias com empresas ou órgãos públicos. Nos anos 2011 e 2012, como resultado da crise econômica mundial, o CDI presenciou um decréscimo significativo de suas parcerias e de seu orçamento anual. Em 2013, a organização foi levada a uma redução de seu corpo de colaboradores e à diminuição do número de projetos executados. A participação no Skoll Social Entrepreneur’s Challenge foi uma excelente chance para mudar o panorama da ONG. Todas as três estratégias do desafio foram inovadoras para a organização, que até então nunca havia trabalhado com doações de pessoa física. A ideia de utilizar a rede nacional, internacional, celebridades e um artista plástico, junto a parcerias com empresas para mobilizarem seus funcionários, foi uma estratégia totalmente diferente para captar recursos. Como resultado do desafio, o CDI está desenvolvendo um sistema de doação por pessoa física a ser implementado em 2014.
Durante as nove semanas, foram identificados vários riscos para o sucesso potencial do CDI. Um deles seria o foco da equipe de Desenvolvimento Institucional no desafio Skoll. No início, o plano era que a equipe priorizasse esta campanha dentre outros trabalhos e responsabilidades. Posteriormente foi identificado que isso prejudicaria o desempenho da organização em outras demandas, e foi contratado um freelancer para liderar a comunicação e as relações com a imprensa. A partir daí, a divisão do tempo entre as tarefas e a priorização aconteceu de forma mais satisfatória. Um segundo risco relacionado à campanha era a multiplicidade inicial de estratégias, resultando na perda de foco. Para preveni-lo, o comitê executivo desenvolveu as três estratégias anteriormente mencionadas. Todos os planos de ação teriam que ser relacionados minimamente a uma destas estratégias. O impacto final foi plenamente alcançado, uma vez que a organização obteve extremo sucesso em algumas das estratégias.
O maior desafio que o CDI encontrou foi o de conseguir pequenas doações de múltiplos públicos. Nesse esforço, o CDI conseguiu poucos doadores que ofertaram valores altos (entre $ 5.000 e $ 10.000). Para o próximo desafio, seria interessante mapear e identificar outros públicos. Também foi um desafio coordenar a mobilização da rede, das empresas e de celebridades com poucos recursos humanos. Para um novo momento, na execução de campanha similar, seria importante focar em formadores de opinião, empresas e membros da Rede CDI com alto potencial de mobilização.