Em sessões de 80 minutos cada, Célia Cruz, Diretora Executiva do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e Danilo Tiisel, membro da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB-SP, discutiram no Festival ABCR 2015 os diversos aspectos dos negócios sociais no Brasil.
Célia Cruz, apresentou dados que contextualizaram o cenário dos negócios sociais no país. Já Daniel Tiisel explicou os conceitos jurídicos dos negócios sociais. Ele compartilhou com os participantes que, por conta da falta de recursos, é comum para organizações do Terceiro Setor buscarem diferentes formas de captação. Dai nasce a necessidade de desenvolver atividades econômicas que gerem renda própria, ou seja, vender produtos ou serviços para destinar o lucro à sua causa: “Os recursos que conseguimos dessa forma podem ser usados de acordo com as necessidades da organização, o que é diferente da renda advinda de projetos, que já tem uma finalidade específica”, destaca.
Focando na diferença entre atuar como uma organização sem fins lucrativos tradicional ou como um negócio social, de fato, o palestrante esclareceu as diferenças nos dois casos: “A principal diferença entre uma organização que atua no Terceiro Setor de forma tradicional e que atua com o negócio social é que a venda do produto ou serviço tem que gerar um impacto social de forma direta, ou seja, não pode haver um meio para chegar ao impacto. Não há a questão de captar um recurso aqui para investir ali, a própria atividade econômica já impacta socialmente – essa é a principal característica de um negócio social.”
Nota-se, dessa forma, que, na prática, o Negócio Social visa resolver ou minimizar um problema da sociedade. Um exemplo é oferecer oportunidades de trabalho que melhorem a renda e a qualidade de vida da população vulnerável. Desta forma, como destacou Danilo, já no fim de sua palestra, “atuar como organização ou desenvolver um negócio social depende de seus objetivos práticos.”