O ano de 2022 já começou e ainda gera dúvidas sobre como será para o terceiro setor, principalmente tendo em vista o cenário de 2020 e 2021 que, para as organizações da sociedade civil (OSC’s), demandou resiliência e novas estratégias para dar continuidade a projetos em andamento e iniciar novos.
E o que podemos esperar deste novo ano quando o assunto é captação de recursos? Neste post, reunimos as principais tendências do setor de acordo com especialistas que participaram de reuniões organizadas pelo Grupo Temático da ABCR focado em Captação com Indivíduos.
Cenário mais desafiador que em 2021
Na opinião de especialistas, 2022 deve ser mais desafiador que seu antecessor. Isso porque estamos em ano eleitoral e esse deve ser o centro das atenções no Brasil. Além disso, a instabilidade econômica e a incerteza sobre o resultado das eleições ainda trazem impasses para a captação de recursos. Para melhor atravessar esse período, é essencial que as organizações continuem com foco em estratégias para destacar as causas que defendem e mobilizar a sociedade.
Diversificação de canais
Permanece a tendência que foi vista em 2021: cada vez mais iniciativas entendendo que é preciso estar presente em novos canais, em especial, os digitais. Aprimorar os sites com informações atualizadas, marcar presença nas redes sociais e planejar ações que ajudem a aumentar o tráfego nessas plataformas é um investimento que tende a dar bons resultados.
Doações flexíveis
Pessoas estão concluindo mais doações em seus dispositivos móveis, o que aumenta o entusiasmo por aportes por esses meios. De acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, o WhatsApp é o aplicativo em que os brasileiros passaram mais tempo em 2021, por isso faz todo o sentido que as organizações pensem em formas de converter doações por essa ferramenta. No ano passado, a Meta (novo nome da empresa que criou o Facebook) habilitou a função de transações financeiras dentro do WhatsApp. O consultor sênior de mobilização pública e captação de recursos Marcelo Iniarra também acredita no crescimento de doações por QR Code e ‘tecnologias vestíveis’, como os smartwatches.
Microdoações
A pandemia fez a sociedade dar mais atenção à importância de apoiar o trabalho de organizações sociais, mas isso não significa que aumento no valor de cada doação, pelo contrário, seja pelas dificuldades econômicas ou pela vontade de contribuir com um maior número de causas, veremos mais doações de pequenos valores e até o arredondamento de compras para destinação da diferença para OSC’s.
Influenciadores engajados
As microdoações também serão vistas com o engajamento de influenciadores digitais, seja os mais conhecidos, seja aqueles chamados de microinfluenciadores. Iniarra cita o exemplo do argentino Santiago Maratea, que mobiliza seus seguidores para fazer pequenas doações para organizações, comunidades e famílias que ele indica. Com mais de 2 milhões de seguidores, ele pede que cada um faça uma pequena doação. Em uma das campanhas, ele conseguiu arrecadar 1 milhão e meio de pesos em apenas cinco horas.
Relacionamento com doadores
Muitas das tendências não são novidade, mas ainda são desafios para várias organizações, especialmente as menores ou em fase inicial. Rever as ações para manter o relacionamento com doadores e doadoras de forma profissionalizada e apostar em ferramentas, como as de CRM (Customer Relationship Management), será ainda mais essencial. Mas não basta fazer um ‘bombardeio’ de abordagens, as organizações precisam pensar nos canais que fazem mais sentido para o perfil de pessoas apoiadoras, se é e-mail, ligações, vídeos em redes sociais, entre outros.
Produção de conteúdo
Também na área de comunicação, a produção de conteúdo figura como estratégia para aproximar novos públicos da organização. Compartilhar textos e materiais audiovisuais sobre o que é a causa em que a OSC atua e como ela impacta o dia a dia das pessoas – direta ou indiretamente – vai ser fundamental para atrair atenção na web.
Aniversário solidário
Em vez de ganhar presentes, aniversariantes pedem doações para uma determinada organização. Muitas instituições devem apostar nesse formato para arrecadar fundos e incentivar ações solidárias de novas pessoas.
Quais dessas tendências você já segue e quais pretende seguir em 2022? Membros ABCR ficam por dentro do que há de mais relevante no terceiro setor, podem participar dos grupos temáticos e ainda ganham desconto exclusivo para o Festival ABCR. Saiba aqui como se associar.