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Dicas para fomentar ações solidárias na sua vizinhança

A Pesquisa Doação Brasil 2020, estudo mais relevante do país acerca de doações feitas por indivíduos, constatou que mais de 80% da população brasileira acredita que o ato de doar faz diferença. O estudo coordenado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) mostrou também que 74% dos brasileiros concordam que as ONGs são necessárias no combate aos problemas socioambientais.

Carlos Alexandre, diretor da Associação Viva Leopoldina (AVL), faz parte dessa estatística e arregaça as mangas na zona oeste de São Paulo (SP) para construir um mundo mais solidário. Ele é um dos organizadores da campanha comunitária #DoaLeopoldina que surgiu a partir do Dia de Doar, mobilização para promover a generosidade em todo Brasil, liderada pela ABCR.

Carlos teve a ideia de realizar a campanha comunitária após perceber que reunir as organizações locais em apenas uma iniciativa poderia fortalecer as organizações e atrair mais doadores do que se as instituições atuassem separadamente. Além disso, Carlos percebeu que, frequentemente, as doações podem gerar um problema logístico mesmo que sejam bem-intencionadas. Ele exemplifica com a questão das pessoas em situação de rua, que recebem roupas e alimentos de que necessitam, mas não têm condições de armazenar todos os itens.

Por esses motivos, a campanha Doa Leopoldina é guiada pelo mote “Doe sem sair de casa”, que divulga o trabalho de instituições regionais que atuam com múltiplas causas e públicos e encoraja as pessoas a entrarem em contato com elas, uma vez que são especialistas em lidar com alguns problemas socioeconômicos. A campanha não incentiva apenas a doação monetária, mas também de roupas, alimentos, brinquedos e de tempo para o exercício do voluntariado.

Vizinhança

“Temos que fazer um trabalho para resgatar a dignidade das pessoas. Temos que estimular as pessoas a fazerem a doação de forma mais inteligente, para instituições especializadas que vão fazer a triagem e que não crie esse problema logístico. Por exemplo: se você faz a distribuição de alimentos dentro de um equipamento que vai proporcionar banho, corte de cabelo, documentos, atendimento dentário, isso melhora a condição das pessoas”, explica. 

Atualmente, Carlos conecta pessoas que desejam doar a entidades como a Casa do Pequeno Cidadão, Associação A Viva, Instituto Rogacionista, República Jovem – AGES, entre outras. Habituado a disseminar o espírito solidário, ele possui algumas dicas para estimular moradores da vizinhança a realizarem doações. Confira abaixo:

 

1 – Aposte nas Redes Sociais

As redes sociais são ótimas maneiras de organizar e difundir informações sobre campanhas comunitárias, pois possuem um alcance ilimitado. Nelas, é possível explicar o objetivo da campanha, seu funcionamento e como as pessoas podem contribuir para as instituições. Não é necessário estar em todas as redes, basta escolher uma para concentrar as informações sobre a campanha e atualizá-la. O Doa Leopoldina utiliza o Facebook e, em breve, pretende trabalhar com o Instagram.

2 – Utilize cartazes e peças publicitárias

Se você mora em um condomínio, uma maneira simples e eficaz de mostrar sua campanha para as pessoas é colocar um cartaz no elevador que fale sobre a campanha e direcione os interessados em fazer parte dela para o local que trará informações mais detalhadas sobre a iniciativa. As peças publicitárias também auxiliam a atrair mais pessoas da região e podem ser usadas de maneira mais ampla, tanto presencialmente como nas redes sociais e em aplicativos como Whatsapp e Telegram. 

A Associação Vila Leopoldina envia esses materiais para 83 condomínios da região. Não é necessário que as peças sejam impecáveis, o que importa é transmitir a mensagem, segundo Carlos. “Muitas pessoas podem não ter familiaridade com os programas necessários, mas é possível procurar um amigo, entrar em um grupo e pedir ajuda. A simplicidade é a palavra-chave. Tem coisas que dá pra fazer muito pouco. Eu, por exemplo, não sabia editar vídeo, mexer em Canva. Aprendi durante a pandemia, melhorei bastante. Dá para fazer muita coisa legal. Temos que encorajar as microações. É fácil doar e fazer o bem”, afirma.

3 – Invista no boca a boca

Depois de organizar as informações sobre a campanha e de espalhar cartazes e peças publicitárias, é o momento de falar sobre eles para as pessoas ao seu redor e explicar como elas podem se unir para resolver problemas do bairro. A ideia é fomentar ainda mais a doação e conversar diretamente com outras pessoas para contar como as instituições trabalham para o desenvolvimento do local.

4 – Procure os centros religiosos da vizinhança

As igrejas têm um papel social fundamental e são muito conhecidas por suas ações solidárias. São locais com pessoas dispostas a ajudar causas sociais e não devem ser deixados de lado. Por isso, contatar os centros religiosos pode alavancar muito uma causa ou uma campanha. Em 2020, o Doa Leopoldina fez uma parceria com a igreja batista Palavra Viva, que realiza um trabalho social muito relevante na região para arrecadar roupas para pessoas afetadas por enchentes. 

A campanha recebeu tantas roupas que conseguiu ajudar outras regiões de São Paulo. “Suponhamos que, na mesma vizinhança, tenha uma pessoa que é mais vulnerável, que tenha mais necessidades. Quando convivemos em um mesmo espaço e sabemos que nesse espaço tem uma situação dessa, podemos nos unir para proporcionar um momento de melhoria para essa pessoa que passa por alguma necessidade”, ressalta Carolina Farias, líder do Dia de Doar.

“Podemos morar em um lugar que tenha uma causa equivalente, como uma região pouco segura. Os vizinhos convivem com essa situação e têm o mesmo problema, quando participam ativamente das mobilizações de instituições que buscam trazer novas oportunidades para jovens que podem fazer contraturno escolar, proporcionar assistência com alimentos e roupas, estão ajudando as instituições a serem efetivas em seus trabalhos. Acredito que quando nos unimos para olhar para o mesmo problema com que convivemos, temos a possibilidade de resolvê-lo de forma mais efetiva”, conclui.

Para saber mais sobre esse tema, leia nossa matéria sobre filantropia comunitária

 

Texto publicado pela Captamos, editoria da ABCR de conteúdos aprofundados sobre mobilização de recursos para causas

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