No momento, você está visualizando Captador ganha prêmio ao arrecadar recursos para criar setor de captação em sua organização

Captador ganha prêmio ao arrecadar recursos para criar setor de captação em sua organização

  • Autor do post:
  • Categoria do post:Captamos

Alguns hospitais captam para ampliar suas instalações, outros para reformar uma ala. O Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) fez diferente: buscou dinheiro para instituir seu próprio setor de captação. A estratégia deu certo: recebeu montante suficiente para criar uma estrutura de telemarketing e mais que dobrar o número de pessoas dedicadas à arrecadação de doações.

Inovadora, a iniciativa deu a seu idealizador o prêmio da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) na categoria “Captador do Ano”. “A ideia foi uma maneira de visar o futuro, pois vamos passar para nossos potencias financiadores muito mais profissionalismo, organização e credibilidade”, afirma o gestor Walter Fernandes dos Santos Junior que concebeu o plano.

O hospital, fundado em 1970, tem 629 leitos, quase 5 mil funcionários, faz em média 53mil atendimentos por mês e 32 mil cirurgias. Ligado à Faculdade de Medicina de Rio Preto, é referência para 102 municípios da região. “Tudo é superlativo lá. A dívida também”, brincou Santos Junior na cerimônia de premiação.

Com experiência anterior no setor privado e na prefeitura (foi chefe de gabinete da Secretaria de Habitação do município), ele não havia atuado antes com captação. Mas sabia que teria um desafio e tanto pela frente.

Pouco depois de estudar a situação financeira do HB, como a instituição é conhecida, concluiu que seria essencial implantar uma estrutura de captação própria. Mas não havia recurso para isso. Foi aí que teve a ideia de buscar apoio não para um projeto específico, mas para montar um setor nessa área.

O primeiro passo foi levantar dados que mostrassem a importância do hospital para a região – destacando a extensão da população atendida e o pioneirismo em transplantes como o de fígado. Também reuniu informações para deixar claro o impacto que um setor de captação poderia ter no hospital e como isso seria revertido positivamente para os apoiadores.

Com o plano em mãos, procurou negócios que tivessem algum elo com o município. Buscou a Rodobens, grupo que atua em segmentos como finanças, comunicação, imóveis e negócios automotivos. “A matriz fica em São José do Rio Preto. Isso fez toda a diferença, pois o criador da empresa foi praticamente um dos fundadores do hospital.” Além disso, Santos Junior, como gerente-executivo da associação comercial do município, já havia mantido relação com a companhia. “Marquei uma reunião e em menos de 20 minutos eles deram sinal positivo.”

A empresa se comprometeu a doar R$ 670 mil, em 12 parcelas. Como contrapartida, vai aparecer nas peças de mídia e “será o sponsor na placa de inauguração do setor”, conta o gestor.

O dinheiro será utilizado na montagem de uma estrutura externa de telemarketing, com um número ainda não definido de colaboradores. O número de funcionários do próprio hospital dedicados à área também vai aumentar: deverá passar de três para oito.

A Rodobens é, por enquanto, a única empresa que contribuiu. Mas Santos Junior já pensa em estratégias para multiplicar a arrecadação do Hospital de Base. Uma delas é ampliar a participação no setor de leilões, assim como faz o Hospital do Câncer de Barretos. “Muitas cidades vizinhas realizam leilões e revertem o valor arrecadado para uma instituição. Acredito que temos espaço nesse meio.”